celulosa FibriaEldorado e Fibria negam que paradas prejudiquem a produtividade de celulose branqueada

Recentemente a PPI América Latina apresentou uma estimativa aonde temia que as paradas de manutenção das fábricas de celulose branqueada, previstas para este segundo semestre, diminuíssem a produção em quase 91 mil toneladas. Duas companhias brasileiras se manifestaram e disseram que suas paradas não prejudicam tanto a produção quanto o mercado. A Eldorado Brasil afirmou por meio de nota que programa e realiza sua parada geral para fazer inspeções em equipamentos industriais, eliminar possíveis pendências e melhorar processos anualmente. No texto a empresa cita que em 2014, o evento ocorreu entre os dias 27 de janeiro e 5 de fevereiro.
 
“A prática é comum no setor e tem o objetivo de garantir a confiabilidade dos equipamentos que fazem parte da operação industrial por mais um ano. Pelo grau de comprometimento e planejamento, a parada geral da Eldorado não causa prejuízo à empresa, já que a linha de produção compensa a paralização nos dias anteriores e seguintes. Além disso, este é um cumprimento da legislação em conformidade com a NR 13 – norma regulamentadora sobre caldeiras e vasos de pressão”, diz a nota.
 
A Fibria também afirmou por nota que sua programação não altera a produção, já que planeja anualmente a parada de suas unidades industriais visando a manutenção de equipamentos, a qualidade da operação e a segurança de seus empregados. “É, também, uma obrigação legal estabelecida pela NR-13. Dessa forma, a unidade da Fibria em Três Lagoas (MS) se programa para produzir durante 354 dias do ano. Os dias sem produção não são considerados como perda, pois estão previstos no balanço de produção anual”.
 
Mesmo assim a PPI América Latina afirma que nos primeiros seis meses de 2014, as paradas no Brasil reduziram a produção de celulose branqueada em 220 mil toneladas, o que não foi suficiente para compensar a pressão sobre os preços.
 
Por conta disto as empresas puseram estoques de celulose no mercado. É o caso da Suzano, que começou a vender celulose e, até o fim do ano, terá 1,5 milhões de toneladas comercializadas. No início de junho, outra usina de celulose branqueada começou a operar em Montes Del Plata, no Uruguai, e colocará no mercado 1,3 milhões de toneladas por ano.
 
Histórico positivo contradiz medo da PPI
 Historicamente o segundo semestre é de demandas melhores em todo o mundo. Na Ásia, as compras estão em um bom ritmo e na Europa os negócios começam a melhorar. As grandes empresas exportadoras de celulose brasileiras acreditam que os preços por tonelada já atingiram fundo do poço na Ásia.
 
O motivo são os US$ 575 registrados pela Arauco, empresa de origem chilena. As empresas brasileiras não anunciaram seus preços.
 
Entre os dias 27 de julho e 6 de agosto a Fibria teve um tempo de inatividade em Jacareí (SP), o que resultou numa não produção de 36 mil toneladas de celulose branqueada. Segundo a empresa, cerca de dois mil trabalhadores foram envolvidos na operação e 64 empresas foram contratadas.
 
Em agosto a linha 1 Suzano Mucuri (BA) e as linhas de celulose da Cenibra em Belo Oriente (MG) também pararam.
 
A nova fábrica da Suzano no Maranhão teria um tempo de parada planejada para setembro, mas a empresa confirmou adiamento da operação para o primeiro trimestre de 2015.

CELULOSE online -  BRASIL - 19 setiembre 2014