fibriaFibria prevê aumento de preço da celulose ainda para fevereiro 

A partir de 1º de fevereiro, a Fibria passa a praticar o novo aumento do preço da celulose de US$ 30 por tonelada para os mercados da Ásia, Europa e América do Norte. "Estamos confiante de que será implementado ainda em fevereiro", contou o diretor Comercial da Fibria, Henry Philippe Van Keer, em teleconferência com jornalistas. Já o outro aumento somente para a China, de US$ 20/t, aplicado no dia 1º de janeiro, foi implementado em sua totalidade, assim como todos os outros anunciados do final de 2016.


 "Agora vamos esperar implementar o reajuste de fevereiro para avaliar se haverá um novo ajuste", disse o executivo. Van Keer explicou que a demanda na Ásia está bem positiva, pois os clientes chineses repassaram os estoques na expectativa da partida da fábrica Oki, da Asia Pulp and Paper (APP), na Indonésia, que não aconteceu no ano passado.
 "Agora estão sem estoque, a demanda está boa. Essa demanda na China não é de estocagem, mas uma demanda que precisa ser atendida agora", disse o diretor. Ele complementou, inclusive, que há informações de que algumas fábricas de papel interromperam a produção por falta de celulose, o que confirma a necessidade do insumo.

A partir de 1º de fevereiro, o novo preço praticado pela Fibria na Ásia será de US$ 600 a tonelada. 

Na Europa, o novo preço é de US$ 710 por tonelada e na América do Norte de US$ 890 por tonelada. Em 2017, a Fibria inicia um processo de redução do uso de madeira de terceiros, que irá impactar diretamente no custo caixa, revelou o presidente Marcelo Castelli, em teleconferência com a imprensa. Castelli explicou que esse maior uso da madeira de terceiros vem da fábrica de Aracruz (ES), o que deve reduzir e voltar ao patamar com ajustes realizados na unidade. 

O maior custo com transporte de madeira de terceiros, em função do aumento do raio médio para 286 km, foi um dos fatores que justificou o aumento de 10,5% do custo caixa de produção no quarto trimestre de 2016 ante o mesmo período do ano passado, para R$ 727/t. "Já atendeu o pico em 2016 e haverá redução gradativa do custo da madeira, reduzindo o custo caixa", disse Castelli. A maior participação deste aumento do custo caixa, contudo, veio das paradas para manutenção das fábricas Aracruz A, B e Três Lagoas.

 "A explicação básica foi com as paradas no quarto trimestre e estamos interpretando que esse foi um dos motivos para a surpresa (negativa) do mercado com o (balanço) do quarto trimestre. A surpresa veio de custos", disse Castelli, ressaltando, no entanto, que ao excluir as paradas, o custo caixa vai para R$ 648/t. Do total de custo caixa de R$ 727/t, as paradas para manutenção representaram R$ 65/t. 

A Fibria não fornece guidance de curto prazo para o custo caixa, mas no longo prazo, em 2021, revela que deve recuar em dólar para cerca de US$ 155/t, ante US$ 216/t atualmente. 
"A companhia está desbalanceada com custos de madeira de terceiros, mas com a volta da normalidade da madeira e entrada de Horizonte 2, o custo caixa deve ficar na faixa de US$ 155/t", contou o presidente. - Jornal do Comércio

JORNAL do COMERCIO - Porto Alegre .  BRASIL - 31 enero 2017